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Quem foi Joana D'Arc?

Categoroa: HISTÓRIA 

QUEM FOI A LENDÁRIA JOANA D'ARC?

Por: Joana Coelho. Publicado em 16 de julho de 2020. Redatora voluntária.
(Redatora, criadora de conteúdo, fundadora do @ElasDizem, graduanda de Letras e Filosofia.)

A jovem francesa é tão conhecida assim em razão da sua participação na fase final da #Guerra dos
 Cem Anos. Sua trajetória inclui #liderança sobre os franceses, vitórias com o exército, acusações de bruxaria, a morte na fogueira em praça pública e também sua canonização pela Igreja católica.

Por ter se tornado santa e padroeira da França, ainda hoje, o dia 30 de maio é dedicado para relembrar sua passagem histórica pelo País. 
Pensando em tudo isso, vamos contar um pouco mais sobre quem ela foi.

📎 Os primeiros anos da vida de Joana d’Arc

Joana d’Arc nasceu por volta de 1412, em um pequeno vilarejo chamado Domrémy, na França. A data de seu nascimento é imprecisa, sendo apenas baseada no seu interrogatório, de 1431, no qual a jovem apontou ter 19 anos.

Filha de Isabelle Romée, Jacques d’Arc foi a caçula entre quatro filhos, cresceu ajudando o pai e os irmãos na lavoura e, ao mesmo tempo, auxiliando a sua mãe a cuidar da casa. A família era bastante religiosa, e, assim, Joana era bem devota e ia bastante à igreja para rezar.

Com o passar dos anos, por volta dos seus 12 anos de idade, a jovem garota convenceu a si mesma de que tinha alguma #missão especial em sua vida.

Com aproximadamente 13 anos – conforme apontou em seu julgamento – ela passou a ouvir vozes divinas, que acreditava ser de São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais, supostamente, estariam indicando a missão divina que Joana tinha: a de salvar a França.

Agora, talvez você esteja se perguntando: mas salvar a França de que exatamente?

Tal missão era salvar sua terra da Guerra dos Cem anos. Isso porque Joana d’Arc cresceu enquanto acontecia esse enorme conflito entre a França e a Inglaterra.

📎 E o que foi a Guerra dos Cem Anos?

Entre os anos de 1337 a 1453, a Idade Média vivenciou a sua mais longa guerra, conhecida como Guerra dos Cem Anos – que, apesar do nome, durou 116 anos descontínuos com uma série de disputas.

Esse confronto começou, especificamente, com a disputa pela Coroa francesa, depois de Carlos IV, o rei da França, morrer sem deixar filhos homens. Nesse contexto, o rei da Inglaterra, Eduardo III, que era sobrinho de Carlos IV, acreditava que era herdeiro suficiente para merecer a Coroa. Ao mesmo tempo, o primo de Carlos IV, Filipe de Valois, a partir de uma assembleia, foi escolhido para o trono e era apoiado por parte da nobreza.

📎 O que é uma monarquia?

A Monarquia é uma forma de governo onde o Rei (monarca) exerce um papel político, podendo ser mais ativo, governando o Estado, ou mais passivo, cerimonial, em que cumpre meras funções de representação.

A partir disso e das desconfianças e interesses dos dois, a guerra começou. Vários conflitos com disposições diferentes foram travados entre os franceses e ingleses. Contudo, foi na fase final da Guerra que Joana d’Arc teve participação, comandando, inclusive, várias vitórias.

Joana d’Arc e seu papel na Guerra dos Cem Anos
Impulsionada pelas supostas vozes, Joana d’Arc acreditava que tinha duas missões. 
🔹 Uma era salvar sua terra, a França, e a 
🔹A outra era libertar a cidade de Orleans e fazer com que o Carlos VII fosse coroado rei.

Na época, Carlos VII tinha dificuldades em exercer o reinado na França, já que o pai havia o deserdado em 1420 e reconhecido Henrique V de Inglaterra como seu herdeiro e sucessor.

Então, com aproximadamente 15 anos de idade, Joana d’Arc colocou-se em busca de uma conversa com Carlos VII. Para isso, recorreu a Robert de Baudricourt, o capitão da guarnição real em Vaucouleurs. Depois de muita insistência, convenceu Baudricourt do que queria. Ele a concedeu um cavalo, proteção de militares para escoltá-la, e também permitiu que finalmente Joana tivesse a tal conversa com Carlos VII.

Joana cortou o cabelo bem curto, passou a usar vestimentas masculinas e, sem dizer nada aos pais, saiu de casa e foi ao encontro de Carlos VII. Em uma viagem que durou por volta de 11 dias, chegou até Chinon, onde finalmente teve a conversa que tanto queria.

Essa conversa em Chinon é um mistério na História. Mas é evidente que, mesmo que a ideia de uma jovem mulher lutando na guerra parecesse algo inapropriado naquelas circunstâncias, a esperança aparecia na crença de ser algo divino. E foi isso, provavelmente, que comoveu Carlos VII.

A partir de então, Joana passou por uma série de investigações para comprovarem sua integridade e para avaliarem as alegações que ela fazia. Assim, foi examinada por uma comissão de teólogos e também por matronas para verificarem sua castidade.

Depois de muitas provações, ela ainda teve que esperar por um mês para marchar contra os ingleses. E, quando a situação de Orleans se tornou bem pior e mais desesperadora, a jovem foi enviada e assumiu o comando das tropas na batalha.

Por essa conquista, Joana se destaca, como aponta Louis Kossuth:

“Atentem para esta distinção singular e impressionante: desde que a história humana começou a ser escrita, Joana d’Arc foi a única pessoa, entre homens e mulheres, que chegou ao comando supremo das forças militares de uma nação aos dezessete anos de idade.”

A liderança e disciplina de Joana d’Arc
No livro Joana d’Arc, Helen Castor deixa bem claro que a jovem estabeleceu um regime de disciplina aos soldados. Eles se juntaram à missão e causa dela, confessaram-lhe os pecados e abandonaram os velhos costumes, como as prostitutas. Tudo de acordo com o que ela exigia.

Joana d’Arc estabelecia as táticas, estratégias, analisava os suprimentos e fazia cálculos de risco. Tudo isso, conforme apontam os historiadores, fez com que sua liderança fosse, portanto, transformadora. “Em dois meses Joana reparara todos os desastres; reconstruíra, moralizara, disciplinara, transfigurara o exército e reerguera todas as coragens” é o que apresenta Léon Denis.

Dessa forma, em 1429, a jovem d’Arc conseguiu vencer os ingleses na batalha de Orleans. Mesmo com a vitória, sua missão continuava. Joana d’Arc via que, enquanto parte da França estivesse tomada pelas tropas inglesas, o novo rei, Carlos VII, teria dificuldades de assumir o controle de fato.

Contudo, apesar da determinação de Joana, pouco tempo depois, ela foi capturada e condenada à morte.

A fogueira e o fim da jovem líder
No ano de 1430, Joana d’Arc enfrentou um ataque, defendendo a cidade de Compiègne. Alguns historiadores apontam que durante o confronto ela foi jogada de seu cavalo, acidentada e deixada do lado de fora dos portões da cidade. Com isso, por fim, foi capturada pelos borgonheses – um grupo de franceses que apoiavam e se aliavam aos ingleses.

Nesse contexto, Joana ficou encarcerada, passou por muitas prisões, foi a julgamento e recebeu cerca de 70 acusações. Entre elas, apontavam o fato dela se vestir como homem, além de denunciá-la por bruxaria e heresia. Os cidadãos que a capturaram queriam se livrar da jovem e o rei francês não se preocupou com sua libertação.

A respeito disso, Léon Denis supõe que a jovem poderia ter sido resgatada, mas, na época, pouco foi feito:

“O resgate de Joana, quando em poder do conde de Luxemburgo, era possível. Nada fizeram. Havia também a possibilidade de a resgatarem por um golpe de força: os franceses ocupavam Louviers, a pequena distância de Rouen. Conservaram-se imóveis. (…) Poderiam ter recorrido aos protestos da família de Joana, reclamar a apelação para o papa, ou para o Concílio, ameaçar os ingleses de represálias em Talbot e nos outros prisioneiros de guerra, para a salvação da vida da donzela. Nada se tentou!”

Os homens que a encarceravam, decidindo como seria o seu fim, queriam que ela morresse, de certa forma, desonrada. E, por isso, mais tarde, tentaram a convencer de negar sua própria missão, tentando fazer Joana confessar de que não teria recebido nenhuma espécie de orientação divina.

A jovem foi submetida a todo tipo de tratamento ruim e tortura. De todo modo, permaneceu resistindo a tudo e desafiando as autoridades, inclusive voltando a vestir as vestes masculinas – que antes a obrigaram a trocar.

Mais tarde, em 1431, depois de muita resistência da parte de Joana, enfim, houve o pronunciamento da sua sentença de #morte. Pois então, em uma manhã de maio, do ano de 1431, aos 19 anos de idade, Joana d’Arc foi levada ao antigo mercado de Rouen e #queimada na #fogueira, em praça pública.

📎 A canonização de Joana d’Arc

Depois de 20 anos da sua morte, aconteceu um novo julgamento – por parte do Carlos VII -que limpou o nome de Joana. Por volta de 1456, ela foi considerada inocente pelo Papa Calisto III.

📎 Joana d’Arc deixou um legado.

Depois de muitos anos, em 1920, a Igreja católica, com o Papa Bento XV, canonizou Joana d’Arc. E ela, por fim, tornou-se padroeira da França.
Ainda hoje, é comemorado – principalmente entre os católicos – o Dia da Santa Joana d’Arc no dia 30 de maio.

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Fonte: Politize

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